segunda-feira, 25 de julho de 2016

O Papiro


No Egito, papiros em abundância, tal antiguidade tão frágil e merecedora dos dons ali expressos.
Nas proximidades dele haviam hastas de madeiras ásperas e o cheiro indagava junto com sua respiração.
Ali por seu apoio invertido da mão esquerda, faziam-se rabiscos prepotentes juntamente com a lua cheia que entrava pela fresta das belas e ricas cortinas vermelhas.
A pena que ali balançava suave, borrava de preto as palavras para sua amada.
O papiro, ah misterioso papiro! Tão limpo e humilde. Estendido sobre a mesa a disposição das nossas novas histórias.
O desejo de registrar, de comentar belos poemas de uma maneira duradoura.
Tal engenhosidade apoiava palavras de profundos significados para sua Rainha.
A harmonia entre o papiro e sua longa pena foram distraídos pela imaginações e fantasias de seu coração.
Disperso, não ouvia o som na coruja anunciando a meia noite.
Às horas se passavam e com seu rosto pálido e olhos fundos suspirou e sussurrou “saudades de minha amada”.
A lágrima caiu sobre sua cera vermelha carimbada com seu brasão em forma de sete pirâmides e a madrugada se despediu com imensa tristeza e dor.
No final de seu papiro já caído no chão a última frase dizia:
E nesse momento de saudade, quando penso em você, quando tudo está machucando o meu coração e acho que não tenho mais forças para continuar; eis que surge tua doce presença, com o esplendor de um anjo; e me envolvendo como uma suave brisa aconchegante...
Tudo isso acontece porque amo e penso em você...
William Shakespeare

Cosette Silva


       

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